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OPINIÃO: O novo homem Propaganda enganosa de família

Quando meu pai tinha 30 anos, é provável, que como todos os homens, ao chegar em casa após o trabalho esperava encontrar nossa mãe com a janta pronta, a casa arrumada, os filhos banhados, tudo ordenado para desfrutar do lar e se recolher no merecido repouso do guerreiro.

O dia acabava assim para muitos homens há poucos anos. Este modelo representou a vida patriarcal. O papel masculino de provedor, que trabalhava e sustentava a família, recompensado com a casa e os filhos cuidados, confirmando o dito de que por trás de um homem havia uma mulher.

Hoje mudou. Depois do trabalho, o homem chega em casa e pode encontrá-la vazia, com a mulher ainda no trabalho, dividindo-se entre família e carreira. Aí, se redefinem os papéis. No início teve o conflito da mulher culpada por não ser mais a rainha do lar e o homem em crise de identidade, sem espaço, pois ela ainda estava lá com sua tarefa, afinal, lugar de mulher é na cozinha e no tanque, e competindo, no trabalho.

Hoje, há o homem do lar, e, em muitas casas, não têm papel para homem ou mulher, ambos cuidam de tudo, a roupa vai para a lavanderia, um arruma a mesa, outro prepara a refeição, os dois lavam e guardam a louça.

As compras e os filhos também são divididos. No emocional, as coisas estão partilhadas, ele e ela buscam ser companheiros, dividir, conversar... O homem anda mais aberto, ouve a opinião da mulher. Diminuiu a cobrança, o primeiro que chega faz o jantar, sem drama. Muitos não têm expectativa da casa impecável, o importante é a mulher de bom humor, feliz, realizada.

Alguns aprenderam na infância a dividir as tarefas. Raro para quem tem mais de 50. Desde que me conheço por gente, eu e meu irmão ajudávamos a colocar e tirar a mesa, lavar louça, fazer a cama, arrumar o quarto, estender e recolher a roupa, varrer o pátio, molhar as plantas, fazer compras e... Mas se ajudar em casa não é novidade, ser pai é uma experiência que está sendo bem diferente.

Muito pai hodierno participa da criação do filho e, se possível, está junto, troca fralda, banha, alimenta, leva ao pediatra, à pracinha, à escola, ao cinema, ao clube, mesmo consciente de que é ela quem mais cuida, que a relação mãe-filho é mais intensa, ele procura estar presente e acompanhar a criança crescer. Em muitas casas, a mulher ainda é gerente, dá o tom, mesmo trabalhando fora, e o homem em casa ou tendo horário mais flexível, acaba incumbido de preparar refeições, ajudar o filho, ir ao mercado, etc.

O novo homem está em formação e a previsão a seu respeito é otimista. Hoje, ele fala mais o que sente, participa mais da atividade familiar, e divide os gastos com a mulher. A relação homem-mulher tende a equilibrar cada vez mais responsabilidade e prazer e isso, com certeza, se refletirá na sociedade. Bem- -vindo, novo homem!

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